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Nessa briga o investidor sai ganhando.

O comentário das rodas de bate papo, ou melhor, das rodas de WhatsApp e meios eletrônicos dessa semana foi sobre a guerra aberta entre XP e banco Itaú. De um lado, o gigante financeiro brasileiro com 91 anos de história e do outro a mais nova sensação do mercado financeiro. Cansado de perder clientes investidores para a XP, em média R$ 150 milhões por dia, e pressionado pelos acionistas o banco lançou mão de uma estratégia não operacional para combater essa migração desenfreada de clientes. Essa semana colocou no ar através de rede nacional uma campanha de marketing com alusão aos agentes autônomos de investimentos (AAI) desqualificando o trabalho desses profissionais e enaltecendo os gerentes do Personnalite.

O mais engraçado nessa história, e o que chama atenção é que o Itaú é acionista da XP, ou seja, temos aqui um exemplo clássico da expressão “criei a cobra e ela me picou”.  Até aqui o Itaú viu seu investimento na XP subir mais de 300% desde o início, o que seria motivo de festa e tapinha nas costas, mas que na realidade escancarou os conflitos de interesse dessa indústria do mercado financeiro.

A XP passou os últimos ano catequizando os investidores sobre a desbancarização, destacando que os produtos oferecidos pelos bancos são ruins e que os gerentes estavam mais interessados em “bater a meta” empurrando os famigerados títulos de capitalização, seguros e uma infinidade criativa de produtos do que orientar o cliente mediante os cenários possíveis de investimentos e seus objetivos.

Do outro lado, o Itaú argumenta que os AAIs estão interessados em melhorar a remuneração da carteira que eles recomendam baseado no retorno que irá receber  (rebate) da comissão dos  fundos de investimentos e o giro da carteira com as operações de renda variável, aqui inclusive destacando o efeito do corona com a queda das bolsas que assustou muitos investidores e promoveu quedas do patrimônio destes.

Na nossa opinião, tanto o Itáu quanto a XP tem razão. Os fatos comentados por ambos é a mais pura realidade. A experiência de ser cliente de banco no Brasil é ruim, são anos de tarifas abusivas, taxas criativas, retornos medíocres para os menos favorecidos e produtos com falta de aderência ao cliente. A nova experiência de ter um AAI para orientar seus investimentos e ajudar na escolha é um avanço, mas longe de ser isento, no final do dia todo mundo precisa ganhar dinheiro de alguma forma. O ponto aqui é saber até que nível ambos tenham capacidade técnica e isenção de conflito de interesse. Talvez essa parcela desses profissionais sejam os que mais sofrem por não atingir de forma desejada as metas dessas instituições.

Até pouco tempo atrás quando todo mundo estava ganhando dinheiro (juntos e a custa do cliente) todos eram amigos e tomavam vinhos caríssimos e festejavam a bonança em cima do cliente desinformado. Se fossemos estender esse assunto certamente teríamos que colocar mais gente nessa guerra como gestores de investimentos e casas de research (pesquisas).

No final do dia, essa briga é boa para o cliente e para o mercado pois traz a tona os pontos negativos de cada lado, forçando o mercado a mudar sua postura, aumentando a concorrência pelos serviços e deixando o consumidor/cliente mais educado para contestar e dialogar com essas instituições.

Ao invés de focarem os defeitos dos outros, a melhor estratégia seria mostrar suas qualidades ou evidenciar o que estão fazendo para melhorar a experiência do cliente e do sistema financeiro.

Excelente final de semana e bons investimentos!!

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